Sou extremamente culta. Gosto de uma boa música, de livros e de poemas. Sou palavra e som. Notas dissonantes me fazem a cabeça. Procuro desvelar aquilo que está oculto. Provoco liames de sentido. Sempre reinauguro aquilo que já se havia conhecido. Para mim, a leitura uniforme é pobre. Pode ser que não comunguemos da mesma ideia, mas para isso existe a transmutação de correntes; A leitura é trampolim. Supera as amarras. Supre carências. Promove a ludicidade e o deleite. Se você não lê, é obsoleto. Do contrário, é profícuo.


Andressa.
Todos os Direitos Reservados ®

24.11.10

Abra um parêntese, não esqueça!

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta!





Homenagem aos meus queridos Novos Baianos!

19.11.10

Lu.

Sempre quis um amor
que falaSSE
que soubeSSE o que sentiSSE.
Sempre quis uma amor que elaboraSSE
Que quando dormiSSE
ressonaSSE confiança
no sopro do sono
e trouxeSSE beijo
no clarão da amanhecice.


Elisa Lucinda brinca com as disposições do verbo. Mas, por que ela evidenciou tanto o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo?
Os verbos têm valor de passado. Talvez a autora não os deseje mais. Ou pode ser que a disposição tenha valor de presente, dando uma condição para uma ação que PODERIA estar ocorrendo, mas não. Ah! Pode ser também que tenha valor de futuro em relação a algum momento já passado.

De fato, a maioria das pessoas se colocam no lugar de Elisa. Quem não QUERIA um amor assim?

- QUERIA: Pretérito Imperfeito do Indicativo.



Rs, até eu estou brincando com as disposições ¬¬'

A lira que alucinda

Escrevo hoje para aquela poetisa que coloca movimento e sonoridade nas palavras. Ela é capaz de nos fazer criar ambientes incríveis com sua facilidade de tratar do Cotidiano. Um de seus trabalhos mais recentes foi "PAREM DE FALAR MAL DA ROTINA", livro que já está em pré-venda.
Particularmente, eu amo os seus textos, principalmente o ensaio "Euteamo e suas estréias" e "O Semelhante".


Esse post é para ela.

Elisa Lucinda, a lira que alucinda.

18.11.10

A inteligência da Música Popular Brasileira

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração... (8)



Uma das coisas mais interessantes de Chico Buarque é facilidade com que este coloca movimento nas letras da música. O trecho da música "Roda Viva", além de ser lindo, nos dá a sensação de rotatória, o tempo passa num instante, passa rapidamente, rodando em torno do nosso coração, que continua batendo para sobreviver. As coisas acontecem, você se mantém vivo, coisas tão naturais quanto ao mundo rodando.
E no final dos versos a música acelera dando a ideia de confusão, da roda que tudo leva consigo, tudo que encontra à sua frente, sem dar chances para respirar. Reflexo da saída do Estado Novo. Ditadura Militar.



Segue abaixo o link para quem quiser ouvir a música "Roda Viva":
http://www.kboing.com.br/chico-buarque/1-42569/#

17.11.10

Nostalgia.

É quase impossível escrever poesias nessa época da sociedade. Para quem, afinal? Para as máquinas? Hoje quase tudo é tecnologia, quase tudo se aperta um botão e 'BUM!' tá resolvido.
Qual a contribuição disso? Ainda falta muito, MUITO para atingirmos um nível razoável de cultura, e se Drummond fez essa crítica naquela época, imagine nos dias de hoje... ... ...


Lendo Josué Montello grifei uma frase que resume tudo: "É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido."

E já dizia Millôr Fernandes, aquele poeta sem estilo, "Livro não enguiça."



Além do mais, se a humanidade reaprendesse a chorar, seria o segundo dilúvio.

9.11.10

Sombra e Chama

(Poema de Isaac Rehl, aquele que imortalizou-me em seus versos e nas notas da sua guitarra ;* )



Aos olhos de sombra e chama, e
Na beleza nua de tua boca
Derramarei meu canto quente de vapor.
Regarei com água e língua
Essas flores róseas, muitos lábios,
Sepultura da tristeza e berço do amor.
Sumirei, então, pra sempre em tua matéria,
Até o próximo sopro de sombra, chama e calor.

Honorável Bandido, bate!

Sarney é poeta menor e político sem luz.
Além de ser escritor medíocre e orador bizonho.

É o rapaz de bigodinho que venceu até o Al Capone!
Sátrapa!

É a Urna do Zé!


"Uma organização criminosa mais bem sucedida é a que conta com o apoio estatal."

Meu amor de gramática

Meu amor de Gramática é do tipo sujeito indeterminado,
É vício na minha linguagem, pleonasmo!
O principal predicado da minha vida.
É tão regular quanto ao paradigma da 1ª Conjugação.
Sempre acha um jeito metafórico de torturar-me com um verbo defectivo.
É possessivo como um pronome.
É bitransitivo.
Ainda matá-lo-ei com um objeto direto na cabeça!

8.11.10

Nota à 1ª Edição.

Não costumo usar palavras dúbias.



Talvez
        escrevendo
                      você amanheça,
o sol apareça,

Talvez
        escrevendo
                     você entenda
                                     que o meu amor aumenta.
Retomo aqui a vida de blogueira.
Sumi por um tempo.
Estou de volta.


É a decisão.